quarta-feira, 18 de maio de 2011

Senador critica proposta de distribuição de kit contra homofobia

O senador Magno Malta (PR-ES) criticou a proposta que prevê a distribuição de um kit contra a homofobia nas escolas públicas e disse que o Ministério da Educação está criando "escolas preparatórias de homossexuais".

Bancada evangélica diz que não vota 'nada' até esclarecer 'kit gay'
Bolsonaro volta a atacar 'kit gay' do Ministério da Educação
Deputado Bolsonaro leva panfleto antigay a escolas do Rio

A afirmação foi feita na segunda-feira (16) em discurso na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, durante uma audiência pública sobre o combate à pedofilia.

"Estão preparando um kitzinho para meninos a partir de seis anos de idade. Um filmete ensinando a beijar na boca, ensinando as crianças a se relacionar sexualmente", disse o senador.

Segundo ele, a iniciativa é capitaneada "por uma minoria barulhenta, apoiada por parte da mídia". "As nossas escolas se tornarão escolas preparatórias de homossexuais. Os nossos pequenos estarão na academia da homossexualidade."

No discurso, o senador usou o mesmo tom para criticar o projeto de lei que criminaliza a homofobia. Para Malta, a proposta é "uma tentativa de criar um império homossexual no Brasil. Uma casta, diferenciada, que pode tudo enquanto a sociedade não pode nada."

"Eles querem o que o índio, o negro, o idoso e o portador de deficiência não têm. E ninguém fez opção para ser índio, negro, portador de deficiência, idoso. Mas eles fizeram opção", disse.

Em outro trecho, ao se referir às iniciativas de combate a drogas como o crack, definiu o Brasil como "um país de hipócritas, de bêbados".

Procurada, a assessoria do MEC disse que o kit de combate à homofobia ainda está em análise, mas destina-se a alunos do ensino médio, com mais de 14 anos.

Fonte: Folha de Sao Paulo

======###=======
Na cidade do Rio de Janeiro circulam gratuitamente alguns jornais com apanhados de algumas notícias mais importantes do dia anterior. Lógico que publicou a noticia da decisão do STF a respeito da união estável aos casais do mesmo sexo. Desde entao, o assunto eh diariamente comentado na carta dos leitores - algumas a favor e algumas contra, sempre mais ou menos na mesma proporção. 
Ontem (17/05) uma leitora teve publicada sua carta em que ela reclamava das ameaças à família e reclamava que se espancam e matam pessoas comuns - mulheres, homens, negros, idosos - eh apenas espancar ou matar; se matam ou espancam gays, eh homofobia. 
Eu respondi (mas o Destak nao publicou) que preconceito e ignorância andam juntos e cimentei que "Quando uma mulher eh espancada por ser  mulher chama-se sexismo e misoginia (em alguns casos, violência domestica). Quando uma pessoa negra eh espancada por ser negra, chama-se racismo e trata-se de crime inafiançável. A legislação brasileira busca proteger as minorias políticas - pq com os homossexuais seria diferente? "

Quando algum grupo busca a efetivação de seus direitos e o combate à opressão, a classe que oprime e domina tem interesse em oprimir ainda mais para sufocar aquele movimento e para mostrar aos demais grupos o que acontece com os insurgentes. O curioso eh que isso funciona tão bem que as minorias políticas, ao invés de se unirem contra a força que oprime igualmente a todas elas, juntam-se ao dominante e querem sufocar o grupo que está ali na luta por nada mais, nada menos do que o que é seu de direito. 
O discurso do dominante eh muito simples (e por isso mesmo cola): "todo mundo sofre igual, pq aquele grupinho ali quer o privilegio de parar de sofrer?". Esse eh o discurso deste senador e foi o discurso da leitora do Destak (que mto provavelmente pertence a alguma classe oprimida, afinal ng anda de metro podendo andar de helicóptero). 
Os LGBT nao buscam privilégios, os LGBT estamos buscando a igualdade de direitos. E somos da opinião que a disparidade de tratamento a mulheres, a negros, a deficientes físicos, a nordestinos, a pessoas acima do peso, a idosos e a outros grupos não-dominantes é igualmente ultrajante. 
Em vez de atirar pedras, pensem aí: "vamos minimamente apoiar essas lutas pq amanhã, quando descaradamente estiverem usurpando os NOSSOS direitos, vamos querer o mínimo apoio deste grupo que hoje se insurge". 

H.

Nenhum comentário: