segunda-feira, 23 de novembro de 2009

'Farme 40 Graus' já foi rejeitada por cinco emissoras

A primeira série gay do Brasil, cujo piloto está pronto desde fevereiro, corre o risco de não sair do armário, mesmo sendo ambientada no Rio, cidade eleita o melhor destino gay do mundo. ‘Farme 40 Graus’ — título inspirado na ipanemense Farme de Amoedo, a rua mais alegre do Brasil — já foi rejeitada por cinco emissoras de TV. Mas nada que desanime os produtores da série, que continuam em busca de um canal para chamar de seu.

“Teve emissora que achou que só trataríamos de assuntos gays. Isso é o cúmulo do preconceito. Abordamos temas comuns a todos, a série é inclusiva. Mas não vamos desistir, já estamos conversando com outros canais”, conta o diretor e ator do programa, Caesar Moura, 29 anos. Quatro homens e uma mulher, homossexuais e moradores da Farme, protagonizam essa tragicomédia. “Meu sonho é que, depois de um tempo, as pessoas esqueçam a orientação sexual dos protagonistas. São seres normais, que têm problemas com o cartão de crédito e sofrem por amor. Nada a ver com as bichinhas afetadas de outros programas”, analisa Caesar, que diz: “Não vai ter cenas de sexo... Ainda”.

* Fonte: O Dia Online
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Postando a matéria unicamente por ser um caso de preconceito na mídia, mas que fique claro que o FNDLGBT não coaduna com a declaração do diretor/ator. "bichinhas afetadas" é um conceito que este grupo universitário rejeita, como sendo construto social de uma sociedade sexista que exige de seus membros comportamentos definidos dentro da sociedade. Rejeitamos a alegação de que um homem ou uma mulher sejam mais ou menos masculinos ou femininos pelos seus trejeitos e vestimentas. Com essa rotulação em nada consentimos e trazemos a necessidade de reflexão em se dizer que uma série é "inclusiva", pois para isso o primeiro passo é não reproduzir esse tipo de comentário dicotômico e sexista, base concreta da homofobia.
H.

Pastores gays realizam o sonho de se casar

Os pastores Marcos Gladstone e Fábio Inácio se casam

RIO - Convidados que não conseguem conter as lágrimas, bolo, padrinhos, traje de gala e a marcha nupcial. Parecia um casamento como qualquer outro, mas não era. Foi celebrado na noite de ontem, numa casa de festas do Alto da Boa Vista, o primeiro casamento entre pastores evangélicos homossexuais do país. Marcos Gladstone, de 33 anos, e Fábio Inácio, de 30, reuniram as famílias e os amigos para oficializar a relação do casal. A data foi escolhida com cuidado: no Dia da Consciência Negra - os pastores homossexuais resolveram dar mais um passo na tentativa de abolir o preconceito (fórum: o que você achou da iniciativa dos pastores?) .

- O sonho de todo mundo é se casar um dia. Os maiores conflitos que vivi em minha vida foram exatamente por me perceber homossexual e ver que não poderia me casar ou mesmo ter a minha família - disse o pastor Marcos. (Vídeo mostra a cerimônia e o beijo final)

Os dois pastores são os fundadores da Igreja Cristã Contemporânea. A denominação evangélica é mais liberal que as igrejas tradicionais e recebe fiéis da comunidade LGBT - sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Como a união entre pessoas do mesmo sexo ainda não é reconhecida legalmente no Brasil, os noivos assinaram um contrato de união homoafetiva durante a cerimônia.

Evangélico gay
Para o pastor Fábio, a cerimônia foi representativa, mas não só do ponto de vista pessoal:

- Este dia (do casamento) é importante na vida de muitas pessoas. A nossa iniciativa é para mostrar que é possível ser gay, ser cristão e ser evangélico.

Uma data especial e histórica
Ao som de canções evangélicas, cerca de 300 convidados do casamento acompanharam a celebração inédita no país. A união foi celebrada pelo pastor Justino Luiz, da Comunidade Cristã Nova Esperança. A igreja de São Paulo, assim como a fundada por Marcos e Fábio, está entre as denominações evangélicas inclusivas. Negro e homossexual, o pastor Justino estava contente em poder celebrar a união homoafetiva de Fábio e Marcos no Dia da Consciência Negra:

- É importante para a visibilidade da comunidade LGBT. Queremos ter os mesmos direitos que todas as pessoas têm, inclusive nas cerimônias.
Marco para a igreja

Um dos padrinhos da união entre os pastores, Alexandre Castillho, de 39 anos, também membro da Igreja Contemporânea, definiu a data como sendo especial para todos os fiéis da sua comunidade evangélica:

- E um marco para nós todos como igreja. Acho que vai abrir um leque de opções. Temos que acabar com o preconceito cada vez mais.

Fonte: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/materias/2009/11/20/pastores-gays-realizam-sonho-de-se-casar-914864309.asp

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Justiça proíbe menores de 16 anos de participar da Parada Gay de Campo Grande

CAMPO GRANDE - Adolescentes menores de 16 anos não poderão participar de qualquer atividade da oitava edição da Parada da Diversidade Sexual, que acontece neste sábado em Campo Grande. A determinação foi feita por meio de uma portaria editada pela juíza da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de Campo Grande, Katy Braun do Prado.

De acordo com a medida, a participação de adolescentes com idade entre 16 a 18 anos será permitida somente com o acompanhamento dos pais ou responsáveis. Os que desobedecerem estas normas ficarão sujeitos à multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência, o que é determinado pelo artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

A portaria determina ainda que caberá ao Ministério Público Estadual, Polícia Militar e Conselho Tutelar a fiscalização do cumprimento das normas. A Associação das Travestis informou que ainda não havia sido informada oficialmente da portaria.

No ano passado a Parada Gay reuniu cerca de 30 mil pessoas.

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Queria muito saber qual é a fundamentação dessa portaria. Aonde fica a liberdade de expressão, de manifestação, a liberdade de reunião. Aonde fica? A criança pode ter seus direitos lesados desta maneira? O propósito da Vara da Infância e Juventude não é justamente o contrário, assegurar e garantir os direitos das crianças e dos adolescentes?
Como ficam os princípios de Isonomia e de Respeito a Dignidade Humana, além do da Liberdade?
H.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Votação no site do Senado sobre o PLC 122/06

O senado federal está realizando uma enquete no site, perguntando se as pessoas são a favor ou contra a aprovação do projeto de lei que pune a discriminação contra homosexuais.

este projeto está encontrando forte resistência na câmara, em função da pressão da bancada evangélica, que chegou a HACKEAR essa votação no site, alterando os resultados. A equipe técnica do site percebeu a manobra e recomeçou a votação do zero.

Segue o link abaixo para que, quem queira, possa votar e repassar para o maior número de amigos possíveis pedindo que votem.

http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0 (à direita, meio da página)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ONU lança campanha contra preconceito no Brasil

Prostitutas, gays, lésbicas, portadores de HIV e negros são protagonistas.
Objetivo é alertar a sociedade para os diretos humanos.


A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta segunda-feira (16), no Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, a campanha “Igual a Você”, para combater o preconceito. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a discriminação contra estudantes, gays, lésbicas, portadores do vírus HIV, negros, prostitutas, refugiados, transexuais, travestis e usuários de drogas.

“Todos nós que sofremos preconceitos devemos mostrar a cara, assim ajudamos no equilíbrio da civilidade”, disse Gabriela Leite, ex-prostituta, diretora da ONG Da Vida e uma das participantes da campanha.

Dez filmes de 30 segundos serão veiculados em emissoras de todo o país. Os personagens são as próprias vítimas de preconceito, como Jacqueline Rocha Côrtes, professora de inglês, ativista da ONU e portadora do HIV há 15 anos.

“É preciso mostrar a cara para salvar o corpo. A importância de participar dessa campanha é que essas questões passam a ser discutidas. É uma alegria poder contribuir para um mundo mais equânime e ainda junto com o meu marido, que aceitou a mostrar a cara junto comigo”, declarou ela, que é casada com Vitor Côrtes, também portador da Aids.

De acordo com Pedro Chequer, coordenador da UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), o pano de fundo de toda a campanha é a defesa dos direitos humanos, porém o foco é falar sobre a Aids no Brasil.
“Estima-se que 600 mil pessoas vivam com o HIV no Brasil e quase dois terços não sabem”, revelou. Segundo ele, as que sabem sofrem com situações de discriminação.

Chequer disse ainda que o Brasil está bem representado na questão do tratamento e da prevenção da Aids, porém a grande dívida do país é com a discriminação que ainda existe com os portadores do vírus.

Em pesquisa, 92% assumem que existe preconceito contra gays
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2009 revelou que 92% dos entrevistados assumem que existe preconceito contra gays e lésbicas no Brasil. Desses, de 26% a 30% admitiram que têm preconceitos.

“O Brasil é o número um da lista de assassinatos a participantes da comunidade LGBT, são cem por ano” disse Chequer, acrescentando que nas zonas rurais do país são onde existe mais preconceito com gays.

Respeito às diferenças
Além da UNAIDS, diversas agências da ONU estão representadas na campanha contra as práticas discriminatórias, como humilhações, agressões e acusações injustas.

A oficial do Programa de Educação Preventiva para HIV/Aids da Unesco, Maria Rebeca Otero Gomes, alertou sobre a falta de material didático sobre esses grupos discriminados e ainda professores preparados. A conseqüência, segundo ela, é a evasão escolar e a queda no desempenho.
“São passos lentos, porque comportamento é difícil de ser mudado, mas estamos avançando”, disse ela.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1380479-5606,00-ONU+LANCA+CAMPANHA+CONTRA+PRECONCEITO+NO+BRASIL.html

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Rede LGBT do Interior Fluminense divulga resultado de pesquisa sobre homofobia

Criada em setembro, durante o 1º Encontro de ONGs LGBT do Interior do Rio de Janeiro, a Rede LGBT do Interior Fluminense realizou entre os dias 15 de setembro e 16 de outubro de 2009 uma pesquisa sobre a homofobia no interior do Estado.

Os voluntários de 6 Organizações das 18 integrantes da Rede - Grupo Cabo Free (Cabo Frio), Grupo Nobreza (Petrópolis), Angra Free (Angra dos Reis), Cores da Vida (Rio das Ostras), Arraial Free (Arraial do Cabo) e Búzios Free (Armação de Búzios) - entrevistaram 387 cidadãos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais



Os voluntários focaram a pesquisa nos locais freqüentados pelo público alvo – Boites, Festas, Paradas LGBT – e as perguntas foram extraídas de pesquisas similares realizadas no Rio e em São Paulo. O principal objetivo da pesquisa é traçar um perfil das ações homofóbicas no interior do estado e conscientizar as vítimas da necessidade de denunciar tais fatos, bem como o Poder Legislativo e as autoridades de Segurança Pública da necessidade de se efetivar ações de prevenção e formas de punição aos agressores.


Segundo a pesquisa 72% dos entrevistados já teriam sofrido algum tipo de agressão movida por preconceito, na maioria, agressões verbais (65 %), porém 32% já teriam sido agredidos fisicamente por causa de sua orientação sexual . A maior parte dessas agressões teria acontecido em locais públicos (42%), mas a Escola (39%) também foi citada pelos entrevistados como local onde a homofobia deve ser combatida, ainda segundo a pesquisa 24% desses agressores eram colegas de escola.

O que preocupa as Organizações que compõem a Rede é que, embora 82% dos entrevistados tenham conhecimento da existência de uma entidade de defesa LGBT em sua cidade, apenas 25% tomaram a iniciativa de procurá-las para denunciar o fato.




Segue abaixo o resultado geral da pesquisa:

1) Você já foi vítima de algum tipo de agressão movida por preconceito?
SIM – 72%
NÃO – 28%

2) Que tipo de agressão
Xingamento - 65%
Física – 32%
Chantagem ou extorsão – 3%

3) Que locais?
Local público – 42%
Escola – 39%
Em casa – 12%
Trabalho – 7%

4) Quem foram os agressores?
Desconhecidos – 37%
Colegas de escola – 24%
Vizinhos – 16%

Familiares – 15%

Policiais ou Seguranças – 8 %

5) Para quem foi relatado o ocorrido?
Não relatou – 36%
Amigos – 26%
Ong Gay – 25 %
Pais – 8 %
Policia – 5 %

6) Conhece alguma organização GLBT em sua cidade?
SIM – 82%
NÃO – 18 %

REDE LGBT DO INTERIOR FLUMINENSE

redelgbtfluminense@hotmail.com

Comissão de Relatoria