quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Fim de Período

É com grande indignação que o núcleo GLBT da Faculdade Nacional de Direito vê as sistemáticas agressões ao mural. Como já exposto no Manifesto de Repúdio, e assim como em outros produzidos pelo CACO, DCE, CART e outras organizações, é inadmissível que estudantes, em especial juristas, se comportem de tal forma; grosseira e intolerante.

O que causa mais indignação é perceber a posição do nosso país, situado entre os mais atrasados no que tange os direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais; podendo ser comparado a países ditos totalitários ou de democracia instável. Diversos países e blocos já possuem uma postura tolerante em relação aos cidadãos GLBT. A União Européia, por exemplo, não admite membros que possuam legislação intolerante aos GLBT, provando assim seus avanços no âmbito dos direitos humanos. No caso dos EUA, percebe-se ainda presentes estados com legislações que ferem os direitos GLBT ou omissos sobre a questão. Porém, como a nação norte-americana possui na sua cultura uma forte defesa dos direitos individuais, os cidadãos GLBT podem desfrutar suas vidas com tranqüilidade, havendo ou não os direitos GLBT pré-estabelecidos. Inclusive países latino-americanos como México e Argentina possuem desenvolvimento considerável dos direitos GLBT.

Além disso, a grande maioria das universidades estrangeiras já possui núcleos GLBT consolidados, o que reforça mais ainda o estado anacrônico do Brasil, onde percebe-se o choque até mesmo com a presença de estudantes GLBT nas universidades públicas; como se devessem ser marginalizados e excluídos.

Chegamos a um dos pontos mais importantes da questão: o respeito à diferença, que leva ao respeito dos direitos individuais. Todos podem discordar das atitude alheias, mas agredir um outro por ele/ela ser diferente é absurdo. Destruir um mural que representa um grupo considerável de alunos é uma demonstração de intolerância à diferença.

Por fim, queremos comunicar que a luta apenas começou dentro da faculdade. Há muitos projetos já em fase de elaboração para o próximo período. Agradecemos também aos alunos e professores que apóiam nossa luta– muitos deles que usaram, sem medo, o adesivo "Respeito". A destruição constante do mural só demonstra como é necessária a consolidação do grupo na FND.

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