terça-feira, 6 de novembro de 2007

Manifesto de Repúdio

No dia 1º de novembro de 2007, nosso mural sofreu um chocante ato de vandalismo. Desconhecemos os protagonistas de tal ato, mas desejamos manifestar nosso repúdio a essa atitude, principalmente quando a mesma ocorre em um ambiente formador de futuros advogados, promotores, magistrados e diversos outros juristas. Juristas que um dia deverão defender a prevalência da justiça acima de tudo e que jamais deveriam destruir a bandeira de um movimento que luta pela inclusão de considerável parcela da população em sociedade; movimento esse que representa um grupo que sofre constantemente com a violência, tanto física quanto verbal – e que poucas vezes é punida.

A perseguição a pessoas devido a sua orientação sexual ocorre há séculos. Há pouco mais de sessenta anos, o regime nazista exterminou milhares de indivíduos GLBT sistematicamente, da mesma forma que exterminou judeus, ciganos e outras minorias. Tal perseguição é pouco lembrada e só foi reconhecida pela primeira vez em discurso oficial em 1985, quando Richard von Weizsäcker, presidente da República Federal da Alemanha, em discurso comemorativo aos quarenta anos da libertação da Alemanha pelos Aliados, lembrou grupos de vítimas perseguidos pelo nazismo que eram sempre negligenciados pela História. Atualmente, diversas cidades européias possuem memoriais dedicados às vítimas GLBT da perseguição nazista.

Apesar de o fenômeno fascista ser amplamente condenado, o espírito do fascismo ainda nos rodeia. O fato ocorrido nesta faculdade representa esse tipo de presença. Rasgar a bandeira de um movimento representa o desejo de exterminá-lo, idéia típica do fascismo. Cabe até questionar: o que fazem os responsáveis pela destruição do mural em outras situações? Será que agridem pessoas na rua? Aqueles que discordam da homossexualidade ou de qualquer orientação sexual, que guardem tal discordância dentro de si. Externar essa discordância na forma de agressão e opressão é um comportamento inaceitável, principalmente para juristas.

FND GLBT

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