Essa é a pergunta mais ouvida por Adnan Ali, um paquistanês que mora no Rio e luta por uma difícil causa: a aceitação de homossexuais pelo islã.
Num colégio interno de Lahore, no Paquistão, o menino sunita Adnan Ali, então com 13 anos, mal podia esperar pelas orações do fim da tarde. Na mais importante prece do dia, estudantes das duas correntes do islã – sunitas e xiitas – se reuniam. Era a oportunidade que ele tinha de ver Jamal, um jovem xiita de 15 anos que estudava em outro pavilhão, destinado aos alunos mais velhos. Durante as preces, os dois cruzavam a linha que os separava para orar lado a lado – os sunitas, maioria, rezavam à frente da mesquita, e os xiitas ficavam na parte de trás. De vez em quando, enquanto faziam os movimentos em respeito a Alá, suas mãos se tocavam, em um ritual que se repetia todos os dias.
Jamal foi o primeiro namorado de Adnan Ali, hoje com 37 anos. Mas Adnan diz que sua homossexualidade aflorou quando ainda era criança. Mesmo sem entender direito, achava os homens dos filmes indianos de Bollywood mais interessantes que as mulheres. “Sabia que, de algum jeito, queria estar perto deles”, diz. Vivendo hoje no Rio de Janeiro com seu parceiro, um inglês da ONG Médicos Sem Fronteiras, Adnan é um dos principais ativistas no mundo de uma causa aparentemente impossível: a aceitação de homossexuais na comunidade islâmica.
O desafio de Adnan começou em casa. Quando era adolescente, seus pais abriram uma carta amorosa de um jovem endereçada a ele. Além de ter recebido uma surra, Adnan teve de prometer que jamais falaria com o remetente. Ele diz se lembrar de um vizinho arrastado por policiais para fora de casa depois de ser flagrado num ato sexual com outro homem. Adnan nunca mais o viu. “Geralmente não se sobrevive à punição”, afirma. No Paquistão, onde a lei islâmica tem forte influência sobre a legislação civil, a homossexualidade ainda pode ser punida com a pena capital.
A família de Adnan só tolerava sua condição porque era praticamente sustentada pelo dinheiro de seu trabalho, principalmente enquanto esteve empregado na área de reservas do hotel Marriott de Islamabad, capital paquistanesa. “Isso me dava um passe livre para fazer o que quisesse. De certa forma, comprei a aceitação de meus pais.” Em 1996, ele ganhou uma bolsa para estudar produção teatral na Inglaterra e foi embora. Três anos depois, já integrado à pequena comunidade de gays assumidos de origem muçulmana no Reino Unido, Adnan fundou a representação britânica da ONG americana Al-Fatiha, destinada a auxiliar essa minoria no mundo islâmico – Al-Fatiha, que significa “a abertura” em árabe, é o nome do primeiro capítulo do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. O trabalho de Adnan virou tema de um documentário da rede de TV britânica Channel 4, em 2006. A aparição no programa lhe rendeu uma fatwa (sentença) de líderes religiosos islâmicos, condenando-o à morte – a mesma decisão aplicada nos anos 90 ao escritor indiano Salman Rushdie por sua obra Versos satânicos. Mas Adnan diz não temer a sentença: “Não significa absolutamente nada para mim. Continuo a viver minha vida normal e a mostrar meu rosto”.
O Alcorão chama de “um povo de insensatos” os homens
Num colégio interno de Lahore, no Paquistão, o menino sunita Adnan Ali, então com 13 anos, mal podia esperar pelas orações do fim da tarde. Na mais importante prece do dia, estudantes das duas correntes do islã – sunitas e xiitas – se reuniam. Era a oportunidade que ele tinha de ver Jamal, um jovem xiita de 15 anos que estudava em outro pavilhão, destinado aos alunos mais velhos. Durante as preces, os dois cruzavam a linha que os separava para orar lado a lado – os sunitas, maioria, rezavam à frente da mesquita, e os xiitas ficavam na parte de trás. De vez em quando, enquanto faziam os movimentos em respeito a Alá, suas mãos se tocavam, em um ritual que se repetia todos os dias.
Jamal foi o primeiro namorado de Adnan Ali, hoje com 37 anos. Mas Adnan diz que sua homossexualidade aflorou quando ainda era criança. Mesmo sem entender direito, achava os homens dos filmes indianos de Bollywood mais interessantes que as mulheres. “Sabia que, de algum jeito, queria estar perto deles”, diz. Vivendo hoje no Rio de Janeiro com seu parceiro, um inglês da ONG Médicos Sem Fronteiras, Adnan é um dos principais ativistas no mundo de uma causa aparentemente impossível: a aceitação de homossexuais na comunidade islâmica.
O desafio de Adnan começou em casa. Quando era adolescente, seus pais abriram uma carta amorosa de um jovem endereçada a ele. Além de ter recebido uma surra, Adnan teve de prometer que jamais falaria com o remetente. Ele diz se lembrar de um vizinho arrastado por policiais para fora de casa depois de ser flagrado num ato sexual com outro homem. Adnan nunca mais o viu. “Geralmente não se sobrevive à punição”, afirma. No Paquistão, onde a lei islâmica tem forte influência sobre a legislação civil, a homossexualidade ainda pode ser punida com a pena capital.
A família de Adnan só tolerava sua condição porque era praticamente sustentada pelo dinheiro de seu trabalho, principalmente enquanto esteve empregado na área de reservas do hotel Marriott de Islamabad, capital paquistanesa. “Isso me dava um passe livre para fazer o que quisesse. De certa forma, comprei a aceitação de meus pais.” Em 1996, ele ganhou uma bolsa para estudar produção teatral na Inglaterra e foi embora. Três anos depois, já integrado à pequena comunidade de gays assumidos de origem muçulmana no Reino Unido, Adnan fundou a representação britânica da ONG americana Al-Fatiha, destinada a auxiliar essa minoria no mundo islâmico – Al-Fatiha, que significa “a abertura” em árabe, é o nome do primeiro capítulo do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. O trabalho de Adnan virou tema de um documentário da rede de TV britânica Channel 4, em 2006. A aparição no programa lhe rendeu uma fatwa (sentença) de líderes religiosos islâmicos, condenando-o à morte – a mesma decisão aplicada nos anos 90 ao escritor indiano Salman Rushdie por sua obra Versos satânicos. Mas Adnan diz não temer a sentença: “Não significa absolutamente nada para mim. Continuo a viver minha vida normal e a mostrar meu rosto”.
O Alcorão chama de “um povo de insensatos” os homens
No Rio de Janeiro, há pouco menos de um ano, Adnan ainda está conhecendo o universo GLS da cidade. Diz estar com vontade de ir a um bar gay na Gávea e conheceu alguns ativistas durante um seminário anti-homofobia. “Não vou muito à praia, embora goste de sentar na areia e ler um livro. Já fui ao Posto 9 (em Ipanema) muitas vezes, e é legal ver as bandeiras com o símbolo gay (arco-íris) tremulando”, afirma. Como no Brasil a comunidade muçulmana é pequena, ele dá apoio a gays brasileiros de qualquer credo, por meio de um círculo de amigos na internet. Assim conheceu um jovem baiano que, ao se descobrir gay, passou a pensar em suicídio. “Eu tenho conversado com ele para fazê-lo desistir da ideia. Gosto de pensar que continuo útil pela minha causa.”
Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI93936-15227,00-GAY%20E%20MUCULMANO%20COMO%20ASSIM.html
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"A família de Adnan só tolerava sua condição porque era praticamente sustentada pelo dinheiro de seu trabalho, principalmente enquanto esteve empregado na área de reservas do hotel Marriott de Islamabad, capital paquistanesa. 'Isso me dava um passe livre para fazer o que quisesse. De certa forma, comprei a aceitação de meus pais.'”
"Filho meu, gay? Debaixo do meu teto jamais! A não ser, é claro, que eu precise dele pra colocar comida na minha mesa. Aí tudo bem, eu aceito que ele faça o que quiser." ¬¬
Eu reflito demais.. luto muito internamente pra entender pq é que é tão ruim pra um pai e pra uma mãe que seu filho, sua filha seja homossexual. O que importa pra uma mãe com quem a sua filha vai pra cama, a quem a sua filha beije quando sai a noite. É tão incompreensível pra mim... eu realmente não consigo entender...... E quando diz respeito às outras pessoas, entendo menos ainda. O que leva uma pessoa que não me conhece me parar na rua quando eu to de mãos dadas com uma menina pra falar "Jesus te ama".
Será que a cada beijo homossexual morre uma criança em alguma parte da terra? Ou será que a cada orgasmo de duas mulheres juntas ou de dois homens juntos alguma espécie entra em extinção na Floresta Amazônica? Eu sei que existe alguma relação entre ser homossexual e acontecer alguma catástrofe na terra, eu só queria que alguem tivesse a decência de me dizer qual é a catástrofe pq aí eu ia poder medir se o mal é maior do que o bem e, quem sabe, até evitar aquele mal.. Eu não queria que a cada beijo que eu desse em outra mulher morresse uma criança inocente.. juro que não queria.. Se for iso que acontece, imagino a quantidade de crianças inocentes do tal país desconhecido que morrem a cada Parada do Orgulho Gay.
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